AUP5883 PAISAGENS CONTEMPORÂNEAS: TERRITORIALIDADES E TENSÕES CULTURAIS
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Prof. Euler Sandeville
Prof. Jorge Bassani
Data inicial: 1408/2019 Data final: 04/12/2019
Horário: Quarta 18:30 – 22:30 Local: Cidade Universitária
Tema: 2020 (2045 – 25) ¾ DE SÉCULO DE VERTIGEM, INSANIDADE E ILUSÃO
plano de aulas em construção
14/08 – 2020 (2045 – 25) ¾ de século de vertigem, insanidade e ilusão
21/08 – Genealogia dos discursos dissidentes (1945 – 1968)
28/08 –Toward a New World Order
04/09 – semana da pátria
11/09 -Toward a New World Order (cont.)
Leituras indicadas:
AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009 [2006]. Lição Inaugural O que é o contemporâneo? p 57-73
REIS FILHO, Daniel Aarão. O declínio das utopias socialistas no século XX. Uma crise terminal? In MONTEIRO, John Manuel e BLAJ, Ilana. História & utopias. Textos apresentados no VII Simpósio Nacional de História. São Paulo: ANPUH, 1996, p. 73 a 86.
PANITCH, Leo e GINDIN, Sam. Capitalismo global e império norte-americano. In PANITCH, Leo e LEYS, Colin (edit). O novo desafio imperial (Socialist Register 2004). Trad. Rodrigo Rodrigues; Sergio Duarte Julião da Silva. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales – CLASCO, 2006, p. 20 a 70.
MAGNOLI, Demétrio. O grande jogo. Política, cultura e ideias em tempo de barbárie. São Paulo: Ediouro, 2006. Capítulo 1: Heranças da Guerra Fria p.11-35
“Pierre Ansart, neste sentido, insiste sobre “o quanto a vida política, longe de se desenvolver na calma das análises objetivas, é percorrida por desejos e por um trabalho permanente sobre os desejos…” e como esses desejos, diversificados e múltiplos, participam de “gestões políticas específicas, integrando estratégias de poder historicamente constitutivas e intervindo de maneira radical na formação da(s) subjetividade(s).” Para além, portanto, do conceito de ideologia (que não abarca senão as representações conscientes), buscando abarcar a dimensão afetiva das relações sócio-políticas, uma problemática inovadora e renovadora da história política é formulada: a de que “o poder se reproduz também pela produção e pela aceitação destas mensagens emocionantes”. Como pano-de-fundo, o desafio de que a descolonização da imaginação pela razão não signifique simples inversão de termos, recompondo e recontextualizando na colonização da razão pela imaginação; ainda uma vez, o divórcio deste par instituinte do pensamento político.“
BRESCIANI, Maria Stella Martins. Razão e paixão na Política. In MONTEIRO, John Manuel e BLAJ, Ilana. História & utopias. Textos apresentados no VII Simpósio Nacional de História. São Paulo: ANPUH, 1996, p. 23
Tempos de perplexidade? clique aqui
“Em 1957, um objeto terrestre, feito pela mão do homem, foi lançado ao universo. (…) Este evento, que em importância ultrapassa todos os outros, até mesmo a desintegração do átomo, teria sido saudado com a mais pura alegria não fossem as suas incômodas circunstâncias militares e políticas. (…) A reação imediata, expressa espontaneamente, foi alívio ante o primeiro ‘passo para libertar o homem de sua prisão na Terra’. E essa estranha declaração, longe de ter sido o lapso acidental de algum repórter norte-americano, refletia, sem o saber, as extraordinárias palavras gravadas há mais de vinte anos no obelisco fúnebre de um dos grandes cientistas da Rússia: ‘A humanidade não permanecerá para sempre presa à terra’. (…) A banalidade da declaração não deve obscurecer o fato de quão extraordinária ela é (…) ninguém na história da humanidade havia concebido a terra como prisão para o corpo dos homens (…). Devem a emancipação e a secularização da era moderna, que tiveram início com um afastamento, não necessariamente de Deus, mas de um deus que era o pai dos homens no céu, terminar com um repúdio ainda mais funesto de uma terra que era a Mãe de todo os seres vivos sob o firmamento? A Terra é a própria quintessência da condição humana e, ao que sabemos, sua natureza pode ser singular no universo, a única capaz de oferecer aos seres humanos um habitat no qual eles podem mover-se e respirar sem esforço ou artifício. O mundo – artifício humano – separa a existência do homem de todo ambiente meramente animal; mas a vida, em si, permanece fora desse mundo artificial, e através da vida o homem permanece ligado a todos os outros organismos vivos. Recentemente, a ciência vem-se esforçando por tornar ‘artificial’ a própria vida (…). O mesmo desejo de fugir da prisão terrena manifesta-se na tentativa de criar a vida (…) e talvez o desejo de fugir à condição humana esteja presente na esperança de prolongar a duração da vida além do limite de cem anos. Esse homem do futuro, que segundo cientistas será produzido em menos de um século, parece motivado por uma rebelião contra a existência humana tal como nos foi dada – um dom gratuito vindo do nada (secularmente falando), que ele deseja trocar, por assim dizer, por algo produzido por ele mesmo.“
ARENDT, Hannah. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense, 2004 (1958) pg. 9
“Ela tem uma diversidade metabólica muito interessante e isso serve para a gente como se fosse bloquinho de construção. Podemos pegar um gene, um regulador de interesse, colocar numa outra bactéria que não tem essa capacidade e a partir daí tentar criar um organismo com características melhoradas” “Ainda temos muita dificuldade de conseguir produzir, por exemplo, sensores de uma coisa completamente diferente, nova, que não existe parecida (na natureza).” (2019). clique aqui
“É a primeira espécie do planeta que se autorreplica cujo pai é um computador”, afirmou o ousado pesquisador-empresário, que, anos atrás, já havia se tornado famoso ao liderar um projeto privado de sequenciamento do genoma humano capaz de rivalizar (e acelerar) o trabalho feito pelo consórcio público. (…) Ápice de um esforço que consumiu US$40 milhões e quase 15 anos de pesquisa… (…) Grande parte do financiamento das pesquisas do JCVI vem da Synthetic Genomics Inc (SGI), empresa fundada por Venter que fez 13 pedidos de patente sobre métodos usados nos trabalhos com biologia sintética. Venter diz que o experimento com a M. mycoides vai permitir desenhar microrganismos úteis ao homem, capazes de, por exemplo, produzir vacinas e biocombustíveis. A empresa petrolífera Exxon já se comprometeu a investir US$ 600 milhões na SGI para o desenvolvimento de algas que consigam produzir etanol” (2010). clique aqui
18/09 – Sintaxe dos discursos no ativismo urbano no apogeu do neo-liberalismo (1980 – 2010) / Reações, cooptações e mercantilização X as redes como alternativa [Adams, Garcia e Lovink]
Leituras indicadas:
Estudios de caso para una iconografía de protesta Julia Ramírez Blanco
ARTEATIVISMO: INTERFERÊNCIA, COLETIVISMO E TRANSVERSALIDADE(1)André Mesquita
Manifesto I FLUXUS: MAGAZINES, MANIFESTOS, MULTUM IN PARVO By Clive Phillpot
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rizoma_afrofuturismo.pdf
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25/09 – Seminários textos
Esta primeira série de seminários (6 grupos) deve estar baseada em notícias da imprensa sobre determinado fenômenos ou evento ocorridos ao longo deste ano, obtidas em uma ou duas fontes, de modo a constituir uma série documental sobre uma temática de natureza geopolítica internacional, excluídas as Américas como o lugar desses acontecimentos.
Atenção para anotar a data, fonte e tema das matérias utilizadas. Uma forma de arquivar pode ser, por exemplo, ANO-MES-DIA-FONTE-TEMA-ESPECIFICIDADE DO ARQUIVO OU NÚMERO.TIPO (ou então ANO-MES-DIA-TEMA-FONTE…):
2019-08-27-FOLHA-POLITICA%20BRASILEIRA-agosto.pdf
2010-FAPESP-genoma-172-044-051-172.pdf
apoio:
02/10 – News From Nowhere [utopia e distopia]
Textos base
SHELLEY, Mary. Frankstein. Trad. Marcos Maffei, ilustrações Luiz Gê. São Paulo, Ática, 1998.
MORRIS, Willian. Notícias de lugar nenhum. Ou uma época de tranquilidade. Introd. Leandro Konder, Michael Löwy. Trad. Paulo Cezar Castanheira; rev. Sandra Vasconcelos. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.
HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo (1932). Rio de Janeiro: Editora Globo 2003
09/10 – A liberdade e o outro [Bauman, Heller, Freire]
Textos de referência
Liberdade. Fernando Pessoa.
BAUMAN, Zygmunt. Liberdade. Trad. Silvana Perrella Brito. Santo André (SP): Academia Cristã, 2014.
HELLER, Agnes. O cotidiano e a História. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
16/10 – Seminário 2, sessão de cinema
A seguir uma seleção de oito filmes muito diversos, tem de quase trash a vencedor de Oscar, de diretores estreantes a muito cults. São de épocas diferentes e, talvez, tenha sido este o critério da escolha, serem muito marcados por suas épocas, alguns realmente datados. Não são blockbusters, mas são bem conhecidos, provavelmente vocês já viram a maioria, mas seria melhor rever e de preferência em grupo para pinçar questões específicas que cada um deles suscita. E são muitas.
O seminário: Cada grupo apresenta o filme para a turma toda durante 15/20 minutos, considerando que as pessoas nunca viram (claro, que pode ser que entre nós alguns viram vários deles ou todos), e deve ser uma re-apresentação pelo grupo com os meios que considerar melhor, narrativas, descrição, trechos, fotos, trilha sonora (teremos na sala como sempre, data-show com som), o que quiserem. Da mesma forma, é uma questão para o grupo definir qual deve ser o conteúdo das apresentações, ou seja, não estamos propondo contar a “estória” do filme, e sim o que, para o grupo, foi de fato marcante na fruição dele, um diálogo específico, cenas enquanto experiência áudio-visual, cenários, figurino, o que acharem mais relevante, inclusive, se preferirem, contar a “estória”. Se não tivermos oito grupos, os professores podem apresentar os filmes que ficaram de fora das escolhas, mas só se for realmente necessário.
Após a apresentação de todos os grupos, propomos um debate entre todos.
1 = Playtime (Playtime – Vida moderna), direção: Jacques Tati. França, 1967
2 = Zabriskie point, direção: Michelangelo Antonioni (roteiro: Antonioni, Sam Shepard, Tonino Guerra,). EUA,1970
3 = Laranja Mecânica (A Clockwork Orange) direção: Stanley Kubrick (livro, 1962, Anthony Burgess). GB, 1971
4 = Zardoz, direção: John Boorman. GB, 1974
5 = Veludo azul (Blue velvet), direção: David Lynch. EUA, 1986
6 = Crash ( No limite), direção: Paul Haggis. EUA / Alemanha,2004.
7 = Babel, direção: Alejandro González Iñárritu (roteiro: Guillermo Arriaga). EUA, 2006.
8 = Os homens que encaravam cabras (The Men Who Stare at Goats), Direção: Grant Heslov (livro, Jon Ronson). EUA, 2009
23/10 – Religião, liberdade, cultura e política
[bibliografia está sendo selecionada, assinalado com * o que já está incluso]
sugestões de leitura fortemente recomendadas
ROMILLY, Jean-Edme. Tolerância (Ordem enciclopédica, Teologia, Moral e Política) in Denis Diderot, Jean le Rond d’Alembert. Enciclopédia, ou Dicionário razoado das ciências, das artes e dos ofícios. Volume 4: Política. Organização Pedro Paulo Pimenta, Maria das Graças de Souza; tradução Maria das Graças de Souza, Pedro Paulo Pimenta, Thomaz Kawauche – 1.ed. – São Paulo: Editora Unesp, 2015, p. 351-366.
Correspondência entre Marx (05/05/1846)↑ e Proudhon (17/05/1846)↑;
cf (leitura complementar) Carta de Marx a J. B. Von Schweitzer↑ (1865);
TOSLTOI, Liev. Sobre a revolução. In Tolstói. A insubimissão e outros excritos. Org e trad. Plínio Augusto Coelho. Cotia, SP: Ateliê editorial; Editora Imaginário, 2010, pag. 71 a 80. Disponível em espanhol aqui↑
LÊNIN. O socialismo e a religião↑. Obras Escolhidas em três tomos, Edições “Avante!”, 1984, t1, pp 291-295. Tradução: Edições “Avante!” com base nas Obras Completas de V. I. Lénine, 5.ª ed. em russo, t.12, pp. 142-147. Primeira Edição: Publicado no jornal Novata Jizn nº 28, de 3 de Dezembro de 1905.
referências teóricas para a aula
* SILVA, Nelson Lehmann. A religião civil do Estado moderno. Prefácio de Gustavo Nory; Apresentação de José Osvaldo de Meira Penna. 2 ed. rev. e aum. Campinas: Vide Editorial, 2016
* EAGLETON, Terry. A morte de Deus na cultura. Trad Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Record, 2016.
ŽIŽEK, Slavoj, O amor impiedoso (ou: sobre a crença). Trad. Lucas Mello Carvalho Ribeiro. Rev. Imaculada Kangussu. 2 ed, 1 reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2015 [2001]
MONTERO, Paula. Religião Cívica, religião civil, religião pública: continuidades e descontinuidades. Debates do NER, Porto Alegre, ano 19, n. 33, p. 15-39, jan./jul. 2018
HABERMAS, Jürgen. Fé e Saber. Trad. Fernando Costa Mattos. São Paulo: UNESP, 2013. [2001]
30/10 – Território, territorialidade e territorialização [Ritornelo – D&G – trecho]
06/11 – Enunciados (codificação) sobre o território [Ritornelo – D&G – trecho]
13/11 – Tema em decisão. Entre a teoria e prática
20/11 – consciência negra
27/11 – Seminários e debates
América latina, eventos recentes (2019).
04/12 – Encerramento
espiral da sensibilidade e do conhecimento
um projeto de euler sandeville
