DISCIPLINA AUP5883 PAISAGENS CONTEMPORÂNEAS: CONTRACULTURA E RESISTÊNCIA
…….FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA USP
…….PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
ATUALIZADO 25/04/2018
Prof. Euler Sandeville Junior
Prof. Jorge Bassani
terças das 18:30 às 22:30
(10 encontros de 06/3 a 29/05, bonus track 08/05 e 05/06, 9 créditos)
OBJETIVOS
A disciplina propõe a trabalhar criticamente um material temático recortado a partir de movimentos artísticos, culturais e de ativismo de inspiração libertária, (1.) analisando seus processos criativos e a relação arte-vida cotidiana a partir da experiência vivenciada até sua constituição como produtos, (2.) estudando poéticas colaborativas de resistência cultural e transformação de comportamentos como construção de autonomia política e cognitiva em ação, e seu diálogo conflitante na disputa ideológica, comunicativa, econômica pelo e no espaço público.
PROPOSTA PARA 2018: SENSIBILIDADES E PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS
O que é contemporâneo? O que caracteriza o tempo que vivemos e o diferencia? Qual a duração das permanências e sua transformação? Podemos falar de uma era moderna e uma contemporânea?
Não é possível uma resposta unitária, que dê conta do ser contemporâneo, possibilidades em contradição se colocam, persistências e renovações se embrenham longamente, fazendo-nos recuar hora a um período, hora um pouco além dele, ou um pouco aquém. No entanto, é possível colocar em discussão alguns vetores e valores, algumas tendências, algumas estruturas de pensamento e comportamento, sensibilidades diferentes perante o mundo que coexistem e interpenetram-se, muitas vezes sem o perceber, muitas vezes em contradição de valores e visões ao tocar os mesmos problemas.
É ainda possível colocar em contextos históricos, sociais e ambientais mais imediatos ou alargados esses eventos e visões, sua construção, valores subjacentes ou postos em crise e o modo como elaboram isso. Mas esse ensaio será sempre tentativo, uma visão em transformação, em construção. Então, se não é possível dar uma resposta, é possível, e recomendável, indagar: o que é contemporâneo? O que é ser contemporâneo? É possível que no contemporâneo residam elementos que não o sejam, ou esta seria uma visão que pretende, excluindo aspectos da contemporaneidade, definir o status postulado aos mundos em debate? Ou é contemporâneo tudo o que em um momento coexiste, transformado em suas raízes difíceis de discernir e embrenhadas em muitas camadas de tempo, elas mesmas complexas em sua tecitura?
Construímos este oferecimento da disciplina a partir de um olhar para o contemporâneo que o observa em diferentes durações. Do Iluminismo a 2018 vemos um contemporâneo, de 1945 a 2018 vemos um contemporâneo (aliás, alguém que houvesse nascido em 1938, um mundo que nos parece tão distante, pode estar ao nosso lado hoje, inclusive tomando decisões em diferentes níveis de abrangência), de 2001 a 2018 (falamos agora de apenas 17 anos). A permanência das ideias e valores, e sua contínua crise em construção e desconstrução social, em reinvenção ou continuidade pode ser ainda mais longa. Muito mais longa. O nosso presente pode ser imenso. Também as responsabilidades como nos construímos e nos escolhemos nele.
PROPOSTA DE AULAS (sujeito a ajustes) todos os linques abrem em nova janela
março
06/03 APRESENTAÇÃO
13/03 O SENTIDO MODERNO DA NATUREZA (aula expositiva).
Texto para leitura:
SANDEVILLE JR., Euler. “A Terra azul…Que mundo é esse?”.A Natureza e o Tempo (o Mundo), on line, São Paulo, 2016. Disponível em https://anaturezaeotempo.net.br/2018/09/04/a-terra-e-azul-que-mundo-e-esse/↑ acesso em 13/03/2018.
20/03 A PRÁTICA DO CONHECIMENTO – DAS LUZES ÀS PRÉ-VANGUARDAS (VERDADE) (aula expositiva)
Apresentação da abordagem (1 aula)
Literatura:
Argan. Arte Moderna,> Étienne-Louis Boullée – Projeto para o cenotáfio de Newtin, p. 37
Idem, > Jacques-Louis David – A morte de Marat, p. 43 Cia das letras
Benjamin > O.E. III: Paris do segundo império – A modernidade (p. 67 – 101) brasiliense
Berman. Tudo que é sólido desmancha no ar > O homem do subterrâneo na rua (p 209 – 216) Cia das letras
Pesquisar o “imperativo categórico” e “conhecimento teleológico” de Kant
Leitura de apoio:
FAGGION. Andréa Luisa Bucchile. O imperativo categórico como realização da necessidade lógica da razão. Revista de Filosofia, Curitiba, v. 15 n.17, p. 43-53, jul./dez. 2003.
NADAI, Bruno. Teleologia e História em Kant: a Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita. Or. Prof. Dr. Ricardo Ribeiro Terra. São Paul: Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Dissertação de Mestrado, 2006.
27/03 semana santa
abril
03/04 SENTIDOS TRANSCENDENTES DO MUNDO (aula expositiva).
Textos para leitura:
1 * PETRARCA, Francesco. Carta do Monte Ventoso. Familiarium rerum libri1 IV, 12. A Dionísio do Burgo Santo Sepulcro, da Ordem de Santo Agostinho, professor de Sagrada Escritura, sobre assuntos pessoais (1353-1336). Tradução de Paula Oliveira e Silva (Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa). (português↑, espanhol↑)
2 * GALILEO GALILEI. Carta a D. Benedetto Castelli de 21 de diciembre de 1313↑. In Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a Bíblia. Trad. Carlos Arthur do Nascimento. 2 ed. rev. ampl. São Paulo: UNESP, 2009, pg 17-26
ou
3 * D’ALEMBERT, Jean le Rond e DIDEROT, Denis. Cosmogonia Enciclopédia, ou Dicionário razoado das ciências, das artes e dos ofícios – Volume 3, Ciências da natureza. [1751-1772] Organização e Tradução: Pedro Paulo Pimenta e Maria das Graças de Souza. São Paulo: UNESP, 2015, pg. 56 a 58.
10/04 I PARTE DA AULA: O SENTIMENTO MODERNO DA NATUREZA (SEMINÁRIOS DE LEITURA)
Seminários:
* WALPOLE, Horace. Essay on modern gardening. “This essay was first printed at Mr. Walpole’s private press at Strawberry hill in 1771, when it appeared at the end of the fourth volume of ‘Anecdotes of painting in England’ under the title: ‘The modern taste in gardening’.” Book digitized by Google from the library of Harvard University and uploaded to the Internet Archive by user tpb. Publisher Canton, Pa., Kirgate Press, 1904.
* RECLUS, Élisée. Do sentimento da natureza nas sociedades modernas. Prefácio e trad. de Plinio Augusto Coêlho. São Paulo: Imaginário, 2010 [1866]
Élisée Reclus. Du sentiment de la nature dans les sociétés modernes. Article publié dans la Revue des deux mondes, numéro 63, 15 mai 1866, pp.352-381. Texte de 1866, extrait de la revue “Écologie politique” n° 5, hiver 1993, et réédité par les “Cahiers Libertaires” de la CNT de Pau.
* THOUREAU, Henry David. Caminhando. Trad. Roberto Muggiati. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006. versão eBooksBrasil; em inglês Project Gutenberg
ou
THOUREAU, Henry David. Walden. Trad. Denise Bottmann. Apresentação Eduardo Bueno. Porto Alegre: L&PM, 2017.
THOUREAU, Henry David. Walden. Ilustrated and Introduction by Clifton Johnson. New York: Thomas Y. Crowell & Co., 1910.
10/04 II PARTE DA AULA: DESOBEDIÊNCIA CIVIL (SEMINÁRIOS DE LEITURA)
Seminários:
* Correspondência entre Marx (05/05/1846)↑ e Proudhon (17/05/1846)↑; cf Carta de Marx a J. B. Von Schweitzer↑ (1865);
* THOUREAU, Henry David Henry David. Desobediência civil. São Paulo, L&PM Pocket, 1849/2001 versão eBooksBrasil
17/04 SITUACIONISTAS, PROVOS E BEAT / EXISTENCIALISMO, A EXPERIÊNCIA DO REAL (REALIDADE) (aula expositiva)
Leitura recomendada (ainda serão disponibilizados os links):
Guy Debord, Sociedade do espetáculo
Guy Debord, Teoria da Deriva – IS
Charles Bukowski, Crônica de uma amor louco. L&PM (são contos, leiam 2 ou 3, pelo menos, podem ser escolhidos ao acaso ou, melhor, pelo título
Richard Kempton, Amsterdam’s anarchist revolt (sobre os Provos, bem apologia, mas com o histórico todo)
Entrevista de Kristen Ross com Lefebvre sobre os situacionistas (1983)
24/04 NIETZSCHE NO SÉCULO XX (SABER) (aula expositiva)
01/05 dia do trabalho
maio
08/05 BONUS TRACK I PARTE DA AULA: RESISTÊNCIA NÃO VIOLENTA: TOLSTOI E GANDHI (aula expositiva e seminário).
Seminários em aula expositiva:
* TOLSTÓI, Liev. Correspondência entre L.N. Tolstói e M.K. Gandhi. Trad. Belkiss J. Rabelo. Cadernos de Literatura em Tradução n.9, Universidade de São Paulo. Disponível em https://www.revistas.usp.br/clt/article/view/49448↑ acesso em 29/01/2018
Leitura recomendada
DECLARAÇÃO DAS POSTURAS ADOTADAS PELA CONVENÇÃO DE PAZ, 1838↑. Society for the Establishment of Peace among Men (Sociedade para a promoção da paz entre os homens) redigida por William Lloyd Garrison
TOSLTOI, Liev. Sobre a revolução. In Tolstói. A insubimissão e outros excritos. Org e trad. Plínio Augusto Coelho. Cotia, SP: Ateliê editorial; Editora Imaginário, 2010, pag. 71 a 80. Disponível em espanhol aqui↑
Textos complementares
TOLSTOI, Liev. My religion↑. translated by Huntington Smith. London: Walter Scott, 24 Warmick Lane Paternoster Row, 1889
LÊNIN. O socialismo e a religião↑. Obras Escolhidas em três tomos, Edições “Avante!”, 1984, t1, pp 291-295. Tradução: Edições “Avante!” com base nas Obras Completas de V. I. Lénine, 5.ª ed. em russo, t.12, pp. 142-147. Primeira Edição: Publicado no jornal Novata Jizn nº 28, de 3 de Dezembro de 1905.
LÊNIN. Lev Tolstoi como Espelho da Revolução Russa↑, Publicado no Jornal Proletári nº 35 de 11 (24) de Setembro de 1908. Obras Escolhidas em seis tomos, Edições “Avante!”, 1984, t1, pp 364-368. Transcrição: Manuel Gouveia HTML: Fernando A. S. Araújo. Tradução: Edições “Avante!” com base nas Obras Completas de V. I. Lénine, 5.ª ed. em russo, t.17, pp. 206-213.
08/05 BONUS TRACK II PARTE DA AULA: DOSTOIEVSKI E O UNDERGROUND (aula expositiva).
15/05 SEMINÁRIOS: Bauhaus, Black Montain College, Paulo Freire, …
22/05 O MUNDO DO PÓS-GUERRA E A RESISTÊNCIA NÃO VIOLENTA NOS EUA: MARTIN LUTHER KING (aula expositiva).
Vídeos/textos para discussão:
Luther King, Martin. Eu Tenho Um Sonho↑. Discurso na Marcha sobre Washington por Empregos e Liberdade em 28 de agosto de 1963 realizado nos degraus do Lincoln Memorial em Washington, D.C.
Luther King, Martin. I Have a Dream↑. Jr. delivered 28 August 1963, at the Lincoln Memorial, Washington D.C.
Martin Luther King, Jr. Beyond Vietnam↑ — A Time to Break Silence Delivered 4 April 1967, Riverside Church, New York City
KING JR., Martin Luther. “Eu estive no topo da montanha↑” Discurso proferido por Martin Luther King no templo Bispo Charles H. Mason, em Memphis, Tennessee, em 3 de abril de 1968. Um dia antes de ser assassinado.
KING JR., Martin Luther. I’ve Been to the Mountaintop↑. Address delivered at the Bishop Charles Mason Temple, APRIL 3, 1968.
Malcolm X. O voto ou a bala↑, 3 de abril de 1964,Cleveland, Ohio, pouco depois do rompimento de Malcolm com a NOI (Nation of Islam, criada em 1930)
Programa Dos Dez Pontos do Partido Pantera Negra para Autodefesa↑, maio de 1967.
Os EUA x John Lennon (2006). trailer para consulta, mas indica-se assistir o filme
05/06 O NOSSO TERCEIRO MUNDO DO PÓS-GUERRA E A RESISTÊNCIA NÃO VIOLENTA: SÃO, SÃO PAULO, MEU AMOR: RESISTÊNCIA NÃO VIOLENTA, SINDICALISMO E TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO (aula expositiva).
Seminários (ainda serão disponibilizados os links):
FRENTE NACIONAL DOS TRABALHADORES. Mário Carvalho de Jesus. Um exemplo digno de ser seguido. São Paulo, CEPE / FNT, 1997.
JESUS, Mário Carvalho de; FRAGOSO, Antonio; BARBÉ, Domingos; HELDER, Câmara; BRENO, João; LEPARGNEUR; KUNZ, A.; ANRNS, Cardeal. A Força da Não-Violência. A Firmeza Permanente. São Paulo: Loyola-Vega, 1977.
JESUS, Mário Carvalho de. Cimento perus. 40 anos de ação sindical transformam velha fábrica em centro de cultura municipal. São Paulo, JMJ, 1992.
CAMARGO, Cândido Procópio Ferreira de et alli. São Paulo 1975, Crescimento e Pobreza. São Paulo: Loyola, 1976
textos de apoio
VELLARDI, Ana Cristina Valcarcel. Uma narrativa histórica e geográfica de paisagem da porção noroeste da metrópole de São Paulo: uma contribuição à educação. Orientação Euler Sandeville Jr. Dissertação (Mestrado em Paisagem e Ambiente) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16135/tde-18122017-154923/>. Acesso em: 2018-05-30
BEZERRA,Pedro Augusto Bertolini. Formas de resistência na periferia de São Paulo: o bairro de Perus e a força da memória nos movimentos sociais. Orientador: Prof.a Dr.a Léa Francesconi. São Paulo: Trabalho de Graduação Individual apresentado ao Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Geógrafo, 2011.
ANDRÉ, Jéssica Aparecida Moreira. Queixadas – Por trás dos 7 anos de greve. Ilustração Carlos Marinho da Silva (CMS). São Paulo: Jéssica Aparecida, Moreira André, Larissa Gould de Assis, 2013
junho
12/06 BONUS TRACK (facultativo): Debate e encerramento
A disciplina foi organizada a partir de uma discussão que gerou dois módulos de abordagem, que foram elaborados em um processo de discussão e reorganizados a partir de seu desdobramento procurando interfaces e contradições na organização da sequência de aulas.
Após a apresentação sucinta desses dois módulos desencadeados no processo de pensar a disciplina e reorganizados em uma proposta de debates, apresentamos uma bibliografia de referência que está alimentando a reflexão dos docentes em sua organização.
MÓDULO I. A PRÁTICA DO CONHECIMENTO.
Trará uma discussão do conhecimento e do comportamento ligado à experiência, pelo viés de movimentos artísticos de consumo e de ruptura. Tratará de A prática do Conhecimento. Sistematização > objetivação > coisificação > mercadorização (conhecimento produtivista). Enciclopédia… Kant… Bauhaus… Revolução midiática. Uma história da prática do conhecimento, antes de uma teoria do conhecimento. Pré-vanguarda europeia. O estilo como forma de expressão: Românticos, Simbolistas e Realistas… Dândis e Snobes…. Ansiedade pelo alternativo na cultura de massa. Situacionistas, Provos e Beat. A procura da lógica que não cabe na razão… Dadá > Surrealismo > a experiência do real como experiência do absurdo comportamental e cotidiano. Nietzsche no século XX. O negativismo frente ao positivismo… O dark side e o underground (Dostoievski)… Nietzsche e o colapso da razão operativa… Apolíneos e Dionisíacos… Nietzsche no segundo pós-guerra: Deleuze e Foucault… Punks”
MÓDULO II. INDAGAÇÕES DE UMA ÉPOCA. A VISÃO MODERNA DA NATUREZA. MOVIMENTOS DE NÃO RESISTÊNCIA, JUSTIÇA E PAZ. CONTEXTO HISTÓRICO E PROJETOS VIVIDOS. (em construção)
No contexto da problematização do contemporâneo aqui apresentada procura-se estabelecer uma relação entre a moderna visão da natureza, as condições socioambientais no século XIX e a emergência de novas formas de organização do ambiente, artísticas e de uma modernidade política de contestação em sua tensão entre conservadorismo, autoritarismo e a visão libertária. A tensão é dada ao contexto cultural, urbano e político de surgimento do anarquismo, do comunismo (socialismo científico) e o conceito de não violência no século XIX, no âmbito dos conflitos entre religião e ciência e das emergentes e conflituosas visões de classe da sociedade. São referências aqui para a construção dessa problemática Liev Nikoláievich Tolstói, Henry David Thoreau, Étienne Cabet, Pierre-Joseph Proudhon, Piotr Kropotkin, Élisée Reclus, Willian Morris, Mahatma Gandhi.
Problematizar o contemporâneo também pode ser indagar criticamente as diversas projeções que a sociedade faz de si através da literatura e que esperanças ou desenganos revelam. Este é o material proposto para os seminários deste módulo. Damos continuidade à reflexão sobre as formas de resistência e construção de direitos, seus vínculos com ideários religiosos, éticos e políticos em dois contextos distintos (EUA em torno da construção de direitos da igualdade, justiça e paz e Brasil, mais especificamente no contexto urbanos da cidade e da justiça social) em torno dos anos 1960, em um momento de fortes acirramentos, projetos criativos e mudanças comportamentais. São referências aqui para a construção dessa problemática Martin Luther King, John Lennon; Mário Carvalho de Jesus, Paulo Evaristo Arns, Paulo Freire.
Todas essas propostas implicam formas de pensar o mundo e a vida, a natureza e a sociedade, de representar sua história e instituições diante de outras formas contraditórias, e como constituíram essas escolhas em seus contextos existenciais postos em movimento no âmbito de questões sociais candentes, colocando-se em experiências liminares. Emergem questões subjetivas e sociais intensas, comprometidas com a dimensão coletiva da ética, da justiça, dos afetos; emergem visões da natureza e da sociedade, bem como do sentido da vida na construção de visões de mundo, da história, do devir humano, em um mundo contemporâneo a elas que também é de incompreensão, indiferença e violência, disputa pelo poder político na construção dos sentidos e na tecitura do social e de suas instituições.
BIBLIOGRAFIA MÓDULO I. A PRÁTICA DO CONHECIMENTO.
ARGAN, Giulio Carlo. Walter Gropius e a Bauhaus.Lisboa: Ed Presnçka, 1990. (A pedagogia formal da Bauhaus, pg 21 – 56)
BAUDELAIRE, Charles. Sobre a modernidade. São Paulo: Paz e Terra, 1996
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar. Cap. III. Baudelaire: O modernismo nas ruas, pg 127 – 166)
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
_________. Informe sobre la construcción de situaciones y sobre las condiciones de la organización y la acción de la tendencia situacionista internacional. In: Textos íntegros en castellano de la revista internationale Situationniste (1958-1968), vol. 1. Madrid: Literatura Gris, 1999, p 205-220.
FAGGION. Andréa Luisa Bucchile. O imperativo categórico como realização da necessidade lógica da razão. Revista de Filosofia, Curitiba, v. 15 n.17, p. 43-53, jul./dez. 2003.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? São Paulo: Paz e Terra, 2010.
DELEUZE, Gilles. Nietzsche e a filosofia. Trad: J. Diase E. F. Dias. R. de Janeiro: Editotra Rio, 1976
FOUCAULT, Michel. Nietzsche, Freud e Marx. Trad: J. L. Barreto. S. Paulo: Princípio Editora, 1997
KEMPTON, Richard. The Provos – Amsterdam’s anarchist revolt. https://libcom.org/files/↑, 2005
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. A ideologia Alemã. Edição eletrônica: Ed Ridendo Mores, www.jahr.org / www.marxists.org↑
MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem (understanding media). Trad. D. Pignatari. S. Paulo: Ed Cultrix, 1980.
MCNEIL, Legs & MCCAIN, Gillian. Mate-me por favor – Uma história sem censura do punk Vol 1. P.Alegre: L&PM, 2011
NADAI, Bruno. Teleologia e História em Kant: a Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita↑. Or. Prof. Dr. Ricardo Ribeiro Terra. São Paul: Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Dissertação de Mestrado, 2006.
NIETZSCHE, Friedrich. Ecce homo. Trad: Artur Mourão. Covilha: LusoSofia, 2008.
OROPALLO, Maria Cristina. A presença de Nietzsche no discurso de Foucault. Dissertação defendida em Filosofia USJT, São Paulo, 2005
STAROBINSKI, Jean. 1789: Os emblemas da razão. Trad. M. L. Machado. São Paulo: Cia das Letras, 1988
BIBLIOGRAFIA MÓDULO II. INDAGAÇÕES DE UMA ÉPOCA. (em construção)
AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009 [2006].
BESSE, Jean-Marc. Petrarca na montanha: os tormentos da alma deslocada. Em Ver a Terra. Seis ensaios sobre a paisagem e a geografia. Trad.: Vladimir Bartalini. São Paulo: Perspectiva 2006.
BURCKHARDT, Jacob. A cultura do renascimento na Itália. Um ensaio (1860). São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
CAMARGO, Cândido Procópio Ferreira de et alli. São Paulo 1975, Crescimento e Pobreza. São Paulo: Loyola, 1976
D’ALEMBERT, Jean le Rond e DIDEROT, Denis. Cosmogonia Enciclopédia, ou Dicionário razoado das ciências, das artes e dos ofícios – Volume 3, Ciências da natureza. [1751-1772] Organização e Tradução: Pedro Paulo Pimenta e Maria das Graças de Souza. São Paulo: UNESP, 2015, pg. 56 a 58.
DEBORD, G.-E. A Sociedade do Espetáculo. Rio dais, 19 a 22 de fevereiro alunos ingressantes no programa.e Janeiro: Contraponto, 1997.
DEBORD, G.-E. Informe sobre la construcción de situaciones y sobre las condiciones de la organización y la acción de la tendencia situacionista internacional (documento fundacional, Cosio d’Arroscia, 1957). In Internacional Situacionista. Textos íntegros en castellano de la revista internationale Situationniste (1958-1968), vol. 1. Tradução Luis Navarro. Madrid, Literatura Gris, 1999, p 205-220.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? São Paulo: Paz e Terra, 2010. [1968, Santiago]
FREIRE, Paulo. Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Instituto Paulo Freire/Cortez, 2001. [1959].
FRENTE NACIONAL DOS TRABALHADORES. Mário Carvalho de Jesus. Um exemplo digno de ser seguido. São Paulo, CEPE / FNT, 1997.
GALILEO GALILEI. Carta a D. Benedetto Castelli de 21 de diciembre de 1313↑. In Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a Bíblia. Trad. Carlos Arthur do Nascimento. 2 ed. rev. ampl. São Paulo: UNESP, 2009, pg 17-26
GORZ, André. Carta a D. História de um amor. Tradução Celso Azzam Jr., Posfácio Josué Pereira da Silva. São Paulo: Annablume: Cosac Naify, 2008
JESUS, Mário Carvalho de; FRAGOSO, Antonio; BARBÉ, Domingos; HELDER, Câmara; BRENO, João; LEPARGNEUR; KUNZ, A.; ANRNS, Cardeal. A Força da Não-Violência. A Firmeza Permanente. São Paulo: Loyola-Vega, 1977.
JESUS, Mário Carvalho de. Cimento perus. 40 anos de ação sindical transformam velha fábrica em centro de cultura municipal↑. São Paulo, JMJ, 1992.
KING JR., Martin Luther. “Eu tenho um sonho↑”. Discurso, realizado no dia 28 de agosto de 1963 nos degraus do Lincoln Memorial em Washington, D.C. como parte da Marcha de Washington por Empregos e Liberdade.
KING JR., Martin Luther. “I have a dream↑”. Discurso, realizado no dia 28 de agosto de 1963 nos degraus do Lincoln Memorial em Washington, D.C. como parte da Marcha de Washington por Empregos e Liberdade.
KING JR., Martin Luther. I have a dream [video, legendado], 1963.. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=NOCJKCENFOA↑
KING JR., Martin Luther. “Eu estive no topo da montanha↑”. Discurso proferido por Martin Luther King no templo Bispo Charles H. Mason, em Memphis, Tennessee, em 3 de abril de 1968. Um dia antes de ser assassinado.
KING JR., Martin Luther. I’ve Been to the Mountaintop↑. Discurso proferido por Martin Luther King no templo Bispo Charles H. Mason, em Memphis, Tennessee, em 3 de abril de 1968. Um dia antes de ser assassinado.
KING JR., Martin Luther. I’ve Been to the Mountaintop [video, legendado].
KROPOTKIN, P. La conquista del pan. Trad. Léon-Ignacio. EBooksBrasil, 2006.
MARX, K. e ENGELS, F. Manifesto Comunista (1848). Seguido de Gotha. Comentários à margem do programa do partido operário alemão por Karl Marx (1875). Trad. Sueli Tomazini Barros Cassal. Porto Alegre: L&PM, 2002.
PETRARCA, Francesco. Carta do Monte Ventoso. Familiarium rerum libri1 IV, 12. A Dionísio do Burgo Santo Sepulcro, da Ordem de Santo Agostinho, professor de Sagrada Escritura, sobre assuntos pessoais (1353-1336). Tradução de Paula Oliveira e Silva (Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa). (português↑, espanhol↑)
Malcolm X. O voto ou a bala↑, 3 de abril de 1964,Cleveland, Ohio, pouco depois do rompimento de Malcolm com a NOI (Nation of Islam, criada em 1930)
Programa Dos Dez Pontos do Partido Pantera Negra para Autodefesa↑, maio de 1967.
RECLUS, Élisée. A evolução, a revolução e o ideal anarquista. Trad. Plinio Augusto Coêlho. São Paulo: Imaginário, 2010.
RECLUS, Élisée. Do sentimento da natureza nas sociedades modernas↑. Prefácio e trad. de Plinio Augusto Coêlho. São Paulo: Imaginário, 2010 [1866]
Élisée Reclus. Du sentiment de la nature dans les sociétés modernes. Article publié dans la Revue des deux mondes, numéro 63, 15 mai 1866, pp.352-381. Texte de 1866, extrait de la revue “Écologie politique” n° 5, hiver
1993, et réédité par les “Cahiers Libertaires” de la CNT de Pau.
SANDEVILLE JR., Euler. “A Terra azul…Que mundo é esse?”.A Natureza e o Tempo (o Mundo), on line, São Paulo, 2016. Disponível em https://anaturezaeotempo.net.br/2018/09/04/a-terra-e-azul-que-mundo-e-esse/↑ acesso em 13/03/2018.
THOUREAU, Henry David. Caminhando. Trad. Roberto Muggiati. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006. versão eBooksBrasil; em inglês Project Gutenberg
THOUREAU, Henry David Henry David. Desobediência civil. São Paulo, L&PM Pocket, 1849/2001 versão eBooksBrasil
THOUREAU, Henry David. Walden. Trad. Denise Bottmann. Apresentação Eduardo Bueno. Porto Alegre: L&PM, 2017.
THOUREAU, Henry David. Walden. Ilustrated and Introduction by Clifton Johnson. New York: Thomas Y. Crowell & Co., 1910.
TOLSTÓI, Liev. Uma confissão. São Paulo: Mundo Cristão, 2017.
TOLSTÓI, Liev. O reino de Deus está em vós. Trad. Celina Portocarrero, 4a ed. Rio de Janeiro: BestBolso, 2017.
TOLSTÓI, Liev. A insubmissão e outros escritos. Org. e Trad. Plinio Augusto Coêlho. Cotia, SP: Ateliê Editorial, São Paulo: Imaginário, 2010.
TOLSTÓI, Liev. Correspondência entre L.N. Tolstói e M.K. Gandhi. Trad. Belkiss J. Rabelo. Cadernos de Literatura em Tradução n.9, Universidade de São Paulo. Disponível em https://www.revistas.usp.br/clt/article/view/49448 acesso em 29/01/2018
The U.S. vs. John Lennon (2006). Directed by David Leaf, John Scheinfeld. With J Walter Cronkite, Mario Cuomo, Angela Davis, J. Edgar Hoover, Ron Kovic, John Lennon, G. Gordon Liddy, George McGovern, Richard Nixon, Yoko Ono, Geraldo Rivera, Gore Vidal. Estados Unidos, 2006 (99 min). trailer https://www.youtube.com/watch?v=5xoD0suPAiA&x-yt-ts=1421914688&x-yt-cl=84503534.
WALPOLE, Horace. Essay on modern gardening. “This essay was first printed at Mr. Walpole’s private press at Strawberry hill in 1771, when it appeared at the end of the fourth volume of ‘Anecdotes of painting in England’ under the title: ‘The modern taste in gardening’.” Book digitized by Google from the library of Harvard University and uploaded to the Internet Archive by user tpb. Publisher Canton, Pa., Kirgate Press, 1904.
ATIVIDADES DISCENTES
As atividades discentes serão integradas a esses temas com participação nas aulas, seminários, leituras e outras atividades, retomadas em monografia de conclusão.
Matrícula: 15 a 28 de janeiro alunos regulares, 05 a 08 de fevereiro alunos especiais, 19 a 22 de fevereiro alunos ingressantes no programa.
como citar material desta página:
SANDEVILLE JR., Euler; BASSANI, Jorge. “Paisagens Contemporâneas: Contracultura e Resistência” (Programa de Disciplina, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da USP). Núcleo de Estudos da Paisagem, on line, São Paulo, 2018. Disponível em https://ensinoepesquisa.net.br/2018/09/04/paisagens-contemporaneas-contracultura-e-resistencia-2018/ acesso em DIA/MÊS/ANO.
[para citar este artigo conforme normas acadêmicas, copie e cole a referência acima (atualize dia, mês, ano da visita ao sítio)]
espiral da sensibilidade e do conhecimento
um projeto de euler sandeville
