AUP0569 – PLANEJAMENTO DE BAIRROS, 2018, segundo semestre
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA USP
DISCIPLINA OPTATIVA
PLANO DE ENSINO 2018
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Professor Euler Sandeville Jr.
Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA) Perus I
link para este plano de ensino da disciplina
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Projeto Construção do território, Território Vivido,
NEP CIEJA Perus, grupo de estudos do Núcleo de Estudos da Paisagem – NEP sobre o Território de Interesse da Cultura e da Paisagem Jaraguá Perus – TICP JP
colaboração com movimentos sociais que desenvolvem o TICP Jaraguá Perus.
A disciplina é aberta à participação de moradores.
Clique aqui para ver o programa geral da disciplina↑…..
Conteúdos
É prevista a análise crítica da concepção de Planos de Bairro (instituídos no PDE 2014), bem como o Plano de Bairro de Perus, atualmente o único existente na cidade e as propostas de sistematização elaboradas pela Federação do Comércio, colocando em questão as metodologias participativas de diagnóstico e gestão local. Os bairros previstos para desenvolvimento são o Recanto dos Humildes e Jardim da Conquista. Apesar do foco local, será importante a compreensão das lutas sociais históricas da região e o impacto de grandes projetos, potencializados pelas conexões do Rodoanel, a possível ida do Ceasa (NESP) e do Ferroanel para as imediações da área de estudo, entre outras dinâmicas em curso, como o projeto do Parque linear contíguo à área de estudo cuja audiência pública aconteceu em junho. Toda a produção da disciplina se assenta no diálogo com moradores, professores e ativistas locais buscando construir processos de conhecimento da realidade urbana e estudar as possibilidades de sua transformação social e colaborativa. Espera-se um processo de troca de conhecimentos e de aprendizagem conjunta, potencializando o encontro de diferentes saberes na elaboração de um diagnóstico da cidade vivida, potencialmente transformador, tendo a cidade como um espaço educativo, de construção da cidadania, indagando as potencialidades de gestão local em um contexto de reais necessidades sociais e de insuficiência da presença do poder público e suas políticas sociais. Nesse sentido, a habilidade na construção desses diálogos será decisivo para o alcance e desenho do processo pedagógico. Ao longo de todo o trabalho esperamos poder pensar a paisagem e o território como espaços educativos em uma perspectiva de aprendizagem colaborativa.
Cronograma previsto
É absolutamente fundamental que os participantes compreendam a importância dos processos dialógicos de aprendizagem e a participação nos dias de aulas externas, diferencial e razão de ser da disciplina. Do contrário, não se poderia pensar em um diagnóstico participativo. O cronograma proposto procura equilibrar as atividades de campo e de atelier, abrindo alguns dias para desenvolvimento dos trabalhos e para orientações, e maximizar as possibilidades de encontro e diálogo dos alunos com ativistas e moradores da região em estudo.
AGOSTO
sex 24/08 FAU
APRESENTAÇÃO E AULA EXPOSITIVA. Dinâmica da disciplina, importância das aulas externas, TICP Jaraguá Perus. Aspectos ambientais, culturais e sociais. Megaempreendimentos previstos.
sex 31/08 FAU
APRESENTAÇÃO E AULA EXPOSITIVA. Planejamento e gestão descentralizada. Elaboração de metodologia da disciplina.
material a ser utilizado
ROLNIK, Raquel (coord.); TORRES, Pedro (coord.). Ferramenta de avaliação de inserção urbana para os empreendimentos de faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida.↑ São Paulo: LABCIDADE/ITDP Brasil, 2014.
SANDEVILLE JR., Euler . Da cidade ao bairro e o bairro na cidade. anotações para uma conversa. Conversa com movimentos e organizações na Igreja São Francisco, Ermelino Matarazzo, a convite do Pe. Ticão. Núcleo de Estudos da Paisagem, on line, São Paulo, 2015.
DUARTE, Jorge Carlos Silveira (org.). Plano de desenvolvimento do bairro: uma metodologia participativa↑. São Paulo: FECOMERCIO, 2013.
SETEMBRO
sex 07/09 SEMANA DA PÁTRIA
sex 14/09 PERUS
PEA I+ Disciplina. Apresentação dos professores e alunos do CIEJA Perus I e parceiros do movimento pelo TICP JP e pela Reapropriação da Fábrica de Cimento Perus: Visões da cidade (do bairro). Algumas características dos bairros em estudo, com moradores convidados.
sex 21/09 PERUS
Diálogo com moradores.
sex 28/09 FAU
Dia reservado para trabalho em equipe: preparo do material e levantamento de dados da região, analisar plantas e imagens, realizar pesquisas.
sab 29/09 PERUS
CAMPO I. manhã e tarde, conhecendo o bairro e a região
OUTUBRO
sex 05/10 FAU
ATELIER. Análise e espacialização dos dados. Compreensão das escalas implicadas nos processos.
sex 12/10 DIA DA CRIANÇA
sex 19/10 FAU
ATELIER. Seminário de Andamento I.
sex 26/10 FAU
Dia reservado para trabalho em equipe: preparo do material e levantamento de dados da região, analisar plantas e imagens, realizar pesquisas.
[PEA 1 só CIEJA]
sab 27/10 PERUS
CAMPO II. Verificação dos dados e das análises em campo, diálogos com moradores.
NOVEMBRO
sex 02/11 FINADOS
sex 09/11 FAU
ATELIER. OFICINA SOBRE DIAGNÓSTICO E DIRETRIZES
sex 16/11 REPÚBLICA. RECESSO ESCOLAR
sex 23/11 FAU
ATELIER. OFICINA SOBRE DIAGNÓSTICOE DIRETRIZES.
sex 30/11 PERUS
PEA 1 + DISCIPLINA APRESENTAÇÃO DOS ALUNOS AO CIEJA E MORADORES
DEZEMBRO
sex 07/12 FAU
ATELIER. REVISÃO E ORIENTAÇÃO PARA FECHAMENTO.
sex 14/12 LIVRE
[PEA 1 só CIEJA]
sab 15/12 PERUS
TARDE ALTERNATIVA PARA APRESENTAÇÃO PÚBLICA (FINAL) – a confirmar
sex 21/12 ENTREGA FINAL (NA SECRETARIA)
Estratégia da disciplina no segundo semestre de 2018
A disciplina será realizada no segundo semestre sobretudo às sextas e sábados (veja coronograma previsto), tendo como área de estudos os bairros Recanto dos Humildes e Jardim da Conquista, em Perus. São bairros periféricos, sujeitos a severos indicadores de vulnerabilidade social, com lutas por moradia, educação e saúde, entre outras. Está no contexto de grandes impactos, fazendo fronteira com o Aterro Bandeirantes (desativado por lutas dos moradores), com o Rodoanel, com o parque Linear Ribeirão Perus (em licitação), e nas imediações de potenciais megaprojetos como o NESP e o Ferroanel, e de pressões por novos loteamentos em decorrência do incremento das dinâmicas urbanas. Os bairros estão ainda bastante próximos da Fábrica de Cimento Perus e outros bens tombados a partir das demandas de movimentos sociais locais que lutam por sua preservação e transformação em uso público por mais de 30 anos.
O eixo central da disciplina está em torno da compreensão da construção social do território, e seu estudo como território vivido, através do diálogo com moradores, em uma perspectiva de educação para a cidade. A disciplina conta com a participação de professores, moradores e movimentos locais de Perus. Terá como finalidade um diagnóstico propositivo a ser realizado de modo participativo com moradores, inclusive importante contingente de imigrantes haitianos. Visa contribuir para a estruturação do Território de Interesse da Cultura e da Paisagem Jaraguá Perus no trecho em questão.
Os Territórios de Interesse da Cultura e da Paisagem foram criados no Plano Diretor de 2014, a partir de ações desenvolvidas na região Jaraguá Perus no programa Universidade Livre e Colaborativa realizada conjuntamente pelo NEP e movimentos da região (Quilombaque, projeto Coruja, aldeia Jaraguá e outros), e por colaboração com movimentos culturais da região Paulista Luz, entre eles o movimento Belas Artes, tendo resultado a criação do instrumento e desses dois TICPs na cidade. Atualmente desenvolvemos o projeto “Construção do Território, Território Vivido” e o grupo de trabalho e pesquisa em cooperação com os movimentos pela construção do Território Jaraguá Perus.
É organizada no âmbito do projeto “Construção do Território, Território Vivido” a partir de uma parceria do Núcleo de Estudos da Paisagem (NEP) com o Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA) Perus I, visando uma construção coletiva entre universidade, escola e moradores para potencializar a capacidade interpretativa dos processos urbanos e ambientais. Dá continuidade ao projeto “Universidade Livre e Colaborativa”, realizado na região Perus-Anhanguera-Jaraguá entre 2011 e 2016, com participação de coletivos de cultura, de educação, indígenas e moradores da região mencionados acima. Desse trabalho resultou a criação do “Território de Interesse da Cultura e da Paisagem (TICP) Jaraguá Perus” em 2014.
Alguns links que podem interessar:
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SANDEVILLE JR., Euler. Aprendizagem em ação: Por pedagogias participantes e criativas na paisagem e no ambiente. Por um cotidiano criativo. Núcleo de Estudos da Paisagem, on line, 2017 [2010-2013].
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SANDEVILLE JR., Euler. Programa Universidade Livre e Colaborativa: Processos Colaborativos de Construção do Conhecimento e Aprendizagem em Ação (2003-2012; 2012-2015). Núcleo de estudos da Paisagem, on line, São Paulo, 2018.
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SANDEVILLE JR., Euler; FERNANDES, Gabriel de Andrade; BORTOTO, Regina Célia Soares. Universidade livre e colaborativa em Perus: uma experiência didático-pedagógica de aprendizagem colaborativa. In:Arquitectura y calidad socioambiental en ciudades del Cono Sur, Arquitetura e qualidade socioambiental nas cidades do Cone Sul[S.l: s.n.]. Organização: Luis Muller e Maria Lucia Refinetti Martins. (Org.). São Paulo; Buenos Aires: FAU USP (Brasil) e FADU UNL (Argentina), 2016, v. , p. 135-147.


referências de apoio 1
CAMPOS FILHO, Cândido Malta. Reinvente seu bairro: caminhos para você participar do planejamento de sua cidade. São Paulo: Editora 34, 2003.
CAMPOS FILHO, Cândido Malta. Evolução dos Conceitos de Planejamento das Cidades refentes a Cidade de São Paulo. AUP-266 – planejamento Urbano Estratégico. Roteiro para exposição feito pelo Professor Cândido Malta Campos Filho em março de 2003↑. São paulo: mimeo, 2013
MENEZES, Ulpiano Bezerra de. A paisagem como fato cultural. In: YÁZIGI, Eduardo (org). Turismo e Paisagem. São Paulo: Contexto, 2002, pg. 65 a 82.
SANDEVILLE JR., Euler . Planos de bairro e participação na lógica de transformação urbana de São Paulo↑. Revista Contraste número 2, São Paulo: FAU USP, 2013.
SANDEVILLE JÚNIOR, Euler; FERNANDES, Gabriel de Andrade; BORTOTO, Regina Célia Soares. Universidade livre e colaborativa em Perus: uma experiência didático-pedagógica de aprendizagem colaborativa↑. In: Arquitectura y calidad socioambiental en ciudades del Cono Sur=Arquitetura e qualidade socioambiental nas cidades do Cone Sul[S.l: s.n.]. Organização: Luis Muller e Maria Lucia Refinetti Martins. (Org.). São Paulo; Buenos Aires: FAU USP (Brasil) e FADU UNL (Argentina), 2016, v. , p. 135-147.
SANDEVILLE JR., Euler; MANFRÉ, Eliane. Cultura e Paisagem, uma nova perspectiva no tecido urbano↑. São Paulo: Observatório das Metrópoles, 2014.
SANDEVILLE JUNIOR, Euler . Paisagens e métodos. Algumas contribuições para elaboração de roteiros de estudo da paisagem intra-urbana↑. Paisagens em Debate, FAU.USP, v. 2, p. 1, 2004.
SINGER, Paul. Movimentos de bairro. In São Paulo: o povo em movimento. Org. Paul Singer e Vinícius Caldeira Brant. 4a ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, CEBRAP, 1983, pág. 83 a 107.
referências de apoio 2
ARANTES, Antonio A. A guerra dos lugares. Sobre fronteiras simbólicas e liminaridades no espaço urbano. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional p. 191-203.
ELIAS, Norbert; SCOTSON, John L.. Os estabelecidos e os outsiders. Sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 2000 [1964], Introdução. Ensaio teórico sobre as relações estabelecidos-outsiders, p 19-50.
FONSECA, Claudia; BRITES, Jurema (Orgs). Etnografias da Participação. Santa Cruz do Sul, RS: EDUNISC, 2006.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
VOGEL, Arno; SANTOS, Carlos Nelson F. dos (coord). Quando a rua vira casa. Apropriação de espaços de uso coletivo em um centro de bairro. Rio de Janeiro: IBAM, 1985, 3a ed. [pesq. 1979], p 11-54, 65-110, 127-142.
Avaliação
Será considerada a efetiva participação e colaboração dos alunos nas atividades desenvolvidas. Espera-se trabalhar em uma perspectiva colaborativa tanto nas dinâmicas internas da turma, de levantamento, leituras, interpretação e elaboração do material cartográfico, como em sua relação com parceiros externos e moradores.
Será considerada a frequência e participação, que deve indicar a compreensão da postura dialógica com outros atores sociais externos à universidade, em especial moradores de baixa renda, a colaboração na organização dos trabalhos e estudos, a qualidade dos produtos resultantes, inclusive seminários e oficinas intermediárias e apresentação pública, bem como a qualidade dos textos e partes gráficas do dossiê final da disciplina, que será disponibilizado aos parceiros e eventualmente a órgãos da administração pública.
Bibliografia
Uma bibliografia é indicada como referência nas aulas. Para a bibliografia programática da disciplina veja no Programa clicando aqui↑.