AUP 652 – PLANEJAMENTO DA PAISAGEM – 2018a – EXERCÍCIO 1

 AUP 652 – PLANEJAMENTO DA PAISAGEM
Disciplina Obrigatória – 6 créditos (04 créditos-aula + 01crédito-trabalho)

DOC. 03/AUP652/2018
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Departamento de Projeto – Grupo de Disciplinas Paisagem e Ambiente
1º semestre 2018

Professores:
Dr. Euler Sandeville Jr
Dr. Fabio Mariz Gonçalves
Dr. Leonardo Loyolla Coelho
Dr. Paulo Renato Mesquita Pellegrino
Dr. Silvio Soares Macedo

Monitoria:
Dra. Adriana Afonso Sandre
Gabriela Vaz Sant’Anna

Exercício 1 – Introdução aos conceitos e métodos do Planejamento da Paisagem (consulte também * MATERIAL DE APOIO *)

Este exercício pretende apresentar, discutir e desenvolver fundamentos conceituais e metodológicos da disciplina.

Como objeto de referência adotou-se um recorte hipotético de paisagem. Neste temos, em uma das extremidades, os limites de um município em processo de expansão urbana fragmentada. Na outra extremidade do recorte, encontra-se uma área industrial estruturada ao longo de uma estrada vicinal e bairros de baixa renda decorrentes de sua existência.

Entre essas duas áreas, encontram-se compartimentos de paisagem com graus variados, porém relevantes, de fragilidades do ponto de vista ambiental, tais como topos de morros cobertos por remanescentes de Mata Atlântica e dotados de uma rede de drenagem expressiva, áreas de silvicultura de eucaliptos, áreas de várzea correspondentes aos principais cursos d’água da região e ocupadas de forma ainda rarefeita e um sítio arqueológico contendo uma casa bandeirista.

Planeja-se a implantação de uma rodovia conectando o município ao núcleo urbanizado que contém as áreas industriais e esta atravessará as áreas anteriormente descritas.

Neste quadro de possível conflito ambiental, sua equipe foi chamada a contribuir como consultora no processo de planejamento paisagístico da região, devendo definir diretrizes que colaborem para a viabilização das metas apresentadas. Para tanto devem ser adotados os seguintes procedimentos:

I – AVALIAÇÃO PAISAGÍSTICO AMBIENTAL

Como unidade de avaliação será adotada a categoria unidade de paisagem, entendida como uma porção do território que apresente características morfológicas e funcionais similares, sendo seus limites definidos pelo estudioso, já que seu papel principal é funcionar como unidade de análise. A definição e o número das unidades de paisagem será definida por cada grupo de acordo com critérios previamente estabelecidos.

O processo de avaliação consistirá em:

1. Identificar as unidades de paisagem

2. Identificar e qualificar seus problemas ambientais e conflitos de uso

3. Definir potencialidades para uso urbano

4. Definir potencialidades de usos para os espaços livres de urbanização

5. Definir potencialidades e prioridades para conservação e restauração dos espaços ambientalmente sensíveis

A partir da identificação e delimitação das unidades de paisagem, utiliza-se como referência as tabelas a seguir para a Avaliação Paisagístico Ambiental da área.

clique aqui para baixar o pdf de apresentação da área proposta

clique aqui para baixar as tabelas para Avaliação Paisagístico Ambiental da área

a atribuição dos valores a equipe deverá levar em conta:

Se tivessem que escolher onde investir os esforços e recursos econômicos de conservação e restauração em qual dos fragmentos florestais a equipe investiria?

    1. Segundo sua biodiversidade os fragmentos florestais de Mata Atlântica são classificados pelo seu estágio de regeneração em: Vegetação primária e Secundária1 (3 estágios de regeneração: Inicial, Intermediário, Avançado);

    2. Segundo seu tamanho os fragmentos podem apresentar maior possibilidade de abrigo a espécies.2

O uso do solo do entorno do fragmento florestal importa para as decisões da equipe?

Paisagens com grande cobertura florestal tendem a ter fragmentos menos isolados e com alta biodiversidade (neste caso, independe o tamanho do fragmento, pois os animais podem se locomover por entre eles sem serem atropelados ou impedidos por uma simples cerca). No extremo oposto, um fragmento isolado (mesmo que grande) pode ter baixa conectividade (conexão com os demais) tem baixa proporção de habitat e, portanto, menor biodiversidade.3

Porque conservar e investir num fragmento de vegetação, em um parque ou uma praça, mesmo que inserido em um núcleo urbano?

Ele não é alvo primeiro de conservação da biodiversidade, mas presta vários serviços ecossistêmicos! Por exemplo: um parque urbano oferece serviços ecossistêmicos de lazer, recreação, melhoria do microclima, abrigo para fauna urbana, tratamento da poluição difusa.

SÍNTESE DA AVALIAÇÃO

A partir do preenchimento das duas tabelas devem ser feitos dois mapas e um quadro geral que espacializem os pesos dados a cada unidade de paisagem. E um mapa síntese que avalie a unidade de paisagem por suas principais características funcionais, paisagísticas e morfológicas, seus conflitos ambientais e os potenciais tanto para conservação como para urbanização.

II – DEFINIÇÃO DE DIRETRIZES PARA UM PLANO DE PAISAGEM

Com base na avaliação realizada, definir uma proposição de uso das áreas com recomendação para conservação e preservação ambiental e para urbanização.

A proposição não é resultado automático de uma conta da tabela, mas decorre de um processo de decisão e deve expressar a qualidade de paisagem pretendida. Embora amparada em processos racionais, expressa posicionamentos políticos e ideológicos, compromissos diversos e sistemas de valores. Para a simulação das densidades recomenda-se que a equipe faça um ensaio gráfico de diferentes tipologias que podem atendê-las.

A equipe deve definir e demarcar as áreas de:

Conservação Ambiental dos fragmentos florestais (com base na classificação do SNUC) – com a forma de gestão e de apropriação pela população

Preservação Permanente (APP) – em rios, nascentes, encostas e topos de morro

Envoltórias e de transição ambiental – com suas formas de apropriação e uso social

Recreação, encontro e lazer

Potencial para expansão urbana

E o traçado da rodovia – explicitando se é em nível, ponte, túnel, etc.

Forma de apresentação

Cada equipe deve organizar uma apresentação, em formato Powerpoint, que deverá conter:

I Avaliação Paisagístico Ambiental: síntese (tabelas, quadro geral de avaliação, mapas de uso urbano e preservação e mapa síntese).

II Diretrizes para um Plano de Paisagem: mapa geral com as áreas de 1 a 6 (acima descritas), solução adotada e suas diretrizes;

Croquis ilustrativos e imagens representativas de cada uma das unidades de paisagem idealizadas;

Principais conceitos adotados para as decisões tomadas pela equipe.

Forma de trabalho: equipe de 6 pessoas.

Entrega: em seminário de avaliação dia 11/04

 

Sites de referência

Atlas ambiental – mapas e dados

http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br/

CESAD FAUUSP

http://www.cesadweb.fau.usp.br/

Emplasa

http://www.emplasa.sp.gov.br/emplasa/

Gestão Urbana SP

http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/

Pesquisa FAPESP – Com floresta, sem fauna

http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/09/16/com-floresta-sem-fauna/

Ministério do Meio Ambiente, o que é o SNUC e exemplos

http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/sistema-nacional-de-ucs-snuc

Regulamentação do SNUC

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm

Resoluções CONAMA

http://www.mma.gov.br/port/conama/

NOTAS_____________________

1 Segundo resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) a vegetação primária tem grande diversidade biológica, mínima ação antrópica e a secundária é aquela que sofreu supressão total/parcial de sua vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais.

2 Para um polinizador (ex. abelha jataí) uma área pequena com recursos florísticos pode ser suficiente para viabilizar sua população. Já para um animal topo de cadeia (ex. onça parda), são necessários de 22 a 150 km² para sua sobrevivência e procriação.

3 Baseado nos estudos de Pellegrino; Metzger; Martensen, 2008; Banks-Leite, 2009; Pardini et al.,2010; Ribeiro et al., 2009; Tambosi, 2014; Sandre, 2017.

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