AUP-650 ARQUITETURA DA PAISAGEM
FAUUSP DEPARTAMENTO DE PROJETO GRUPO DE DISCIPLINAS PAISAGEM E AMBIENTE
2º semestre de 2017
Disciplina obrigatória
08 créditos aula + 01crédito trabalhos
Terças e Quartas Feiras, 14h -18h
Professores:
Dra. Catharina P. C. Lima dos Santos
Dr. Eugenio Fernandes Queiroga
Dr. Euler Sandeville
Dr. Fábio Mariz Gonçalves
Dr. Leonardo Loyolla
Dr. Vladimir Bartalini
Monitor PAE – Programa de Aperfeiçoamento do Ensino:
Arthur Simões Caetano Cabral
Monitores de graduação
Ana Beatriz Trindade Lima
Carolina do Carmo Daniel
Eduardo Ganança
Fabiana Romano do Nascimento
Guilherme Oliveira Okasaki de Freitas
Guilherme Ribeiro Reis
Gustavo Ribeiro
Heloisa Valarini
Hudynne Helena Guimarães Lima
Jessica Luchesi
João Generoso Gonzales
Julia Miwa Açakura
Luisa Damato
Luiz Boschi Grecco
Luna López Brandão
Maria Isabel Magalhães T Oliveira
Mario Barbosa Ferreira
Pietro Tripodi
Renata Portella
Tiago Andrade Regueira
Colaboração
PLANO DE ENSINO
Considerações
A disciplina foca o projeto de paisagismo nos espaços livres, tanto no âmbito público como privado, e tem como objeto de trabalho espaços livres na cidade de São Paulo.
Projetar os espaços livres é projetar o espaço urbano. Estes espaços acomodam a vida cotidiana dos moradores, o trabalho e a vida pública. Devem abrigar o convívio entre os diferentes grupos sociais e a manifestação das suas questões, especificidades e diferenças e também devem abrigar o não humano.
A disciplina pretende apresentar os conceitos fundamentais do projeto dos espaços livres, despertando o olhar crítico e sensível às condicionantes e desafios do campo.
Dedica-se também a contribuir com o domínio do desenho como instrumento de entendimento, avaliação e intervenção no espaço. Assume-se que o desenho é ferramenta e desafio fundamental do arquiteto. Entende-se que a compreensão das suas possibilidades deve ser aprimorada ao longo da formação e do exercício profissional, mas que é no primeiro ano da graduação que o desafio assume maior dificuldade e urgência.
Com tais objetivos a disciplina será organizada em três exercícios.
Método
A disciplina possui caráter eminentemente prático e se desenvolve por meio do conjunto de três exercícios apoiados por conjunto de aulas expositivas.
Estas estão divididas em duas categorias: aulas gerais que trazem conteúdos estruturais para a disciplina e aulas complementares de fundamentos de projeto, de curta duração, inseridas durante o transcurso de cada exercício de modo a oferecer apoio teórico e prático ao seu desenvolvimento. Estas aulas, tal como as demais, serão ministradas em datas marcadas, mas seus conteúdos serão decididos nos momentos oportunos pelo grupo de professores.
Cada exercício enfatizará determinado aspecto, conceito e questão específica sendo entendido como ferramenta de ensino, que integra questões conceituais, formais e gráficas sem prescindir de nenhuma delas. Os exercícios estão organizados em sequência de atividades que incorporam, gradativamente, questões de complexidades e escalas crescentes ao longo do semestre, sendo cada um responsável pelo desenvolvimento de fundamentos preparatórios para o seguinte e o último, de caráter abrangente, visa à concepção de fragmento de paisagem urbana de caráter habitacional da cidade, baseado na crítica do cotidiano e na experimentação criativa de projeto.
Forma de trabalho: Os exercícios serão desenvolvidos em grupos de cinco componentes e a maioria das atividades deverá ser desenvolvida em estúdio. É importante ressaltar que todos deverão ser apresentados da melhor maneira que o grupo possa fazer. A qualidade e a clareza da exposição dos projetos é parte integrante do aprendizado, pois bons projetos mal apresentados e conceituados perdem parte de suas qualidades.
Exercícios
O semestre será dividido em três exercícios básicos:
01│A vegetação como elemento de qualificação do espaço
Objetiva introduzir o papel da vegetação como elemento para a composição e qualificação dos espaços. Consiste basicamente na representação e identificação dos elementos vegetais observados em atividade de campo, suas dimensões e características estruturais, aspectos sensíveis e seu potencial estético, simbólico e algumas de suas possibilidades de associação.
Objetiva o entendimento da vegetação como componente do espaço livre e de seu potencial como elemento construtivo da paisagem. Solicita-se que cada aluno, organizado em equipes de cinco componentes, desenhe acuradamente no mínimo uma árvore, uma palmeira, um arbusto, uma folhagem e uma forração, observando tanto sua escala quanto formas, texturas e cores. Demanda-se ainda a representação de composições e conjuntos de pelo menos dois dos três elementos associados entre si, sempre a partir da observação de conjuntos existentes. Para tanto cada equipe deverá visitar uma praça escolhida pelo professor orientador. O trabalho deve ser entendido como oportunidade de aprendizado de desenho. O trabalho deve ser apresentado em arquivo digital a partir do escaneamento dos desenhos produzidos nos cadernos fornecidos, em que cada autor assinará seus desenhos e que deverá ser utilizado posteriormente como documento de referência para os trabalhos seguintes. Cada elemento vegetal deve ser representado em planta e vista e estar referenciado por uma escala – 1:200 para as árvores e palmeiras e 1:100 para os arbustos, sendo que no caso do conjunto indica-se a escala 1:200. A critério do professor, poderá incluir desenhos de expressão livre dessas espécies e arranjos. Data de entrega dia 30 de agosto de 2017.
02│Estruturação e forma dos espaços livres urbanos
Objetiva desenvolver o entendimento e a capacidade de projetar os espaços livres urbanos, em especial àqueles de caráter público. Consiste em exercício gramatical de projeto paisagístico que se pauta em dois dos principais elementos estruturadores da paisagem urbana: a vegetação e os volumes construídos. O trabalho desenvolverá uma pequena área residencial por meio de maquete e de elementos gráficos, em especial planta e cortes.
Este exercício apresenta ao aluno os princípios do projeto de espaço livre com o emprego tanto da vegetação quanto de elementos edificados. Desperta a percepção das características dos elementos estruturadores dos espaços livres, porte, escala, estrutura e peculiaridades. Aperfeiçoa a capacidade de projeto e representação dos elementos e espaços. Entendem-se como espaços livres os espaços externos às edificações. Estes espaços podem assumir diferentes funções e são, pela sua própria natureza, muito mais adaptáveis aos diferentes usos e por isso seu projeto procura superar a visão meramente funcionalista.
Busca-se entender os espaços livres pelas suas qualidades espaciais e não apenas pela sua função específica e verificar, então, quais são os outros atributos destes espaços: suas possibilidades formais, suas proporções, seus elementos estruturadores, suas articulações com o contexto urbano e porque não dizer, sua beleza.
Conteúdos:
- espaços livres de edificação;
- a vegetação como elemento construtivo do espaço;
- condicionantes e qualidades formais dos espaços livres;
- organização e configuração dos espaços livres de edificações.
- projeto paisagístico – introdução
O exercício auxiliará o aluno no desenvolvimento das seguintes habilidades:
- desenvolvimento de projetos de espaços livres;
- entendimento do papel da vegetação e dos edifícios na estruturação dos espaços livres;
- representação de projetos de espaços livres;
- entendimento de questões relativas à escala dos espaços;
- organização de trabalhos em equipe.
Método:
O exercício se foca primeiramente no entendimento da vegetação e dos elementos construídos como elementos constituintes da paisagem e estruturadores dos espaços livres, de modo a preparar o aluno para o desenvolvimento de um primeiro exercício de projeto a partir de modelos tridimensionais. Sobre dado fragmento de setor urbano, dividido em dois setores com cerca de 50×50 metros, na escala 1:100, a equipe deve desenvolver o projeto de pequeno segmento habitacional que estará associado ao parque linear de vizinhança e que será feito a partir da construção dos modelos tridimensionais da turma.
A área faz parte de bairro planejado, exclusivamente residencial de densidade baixa, e o objetivo central será a estruturação de espaços livres públicos e privados. As equipes deverão criar e fazer a implantação dos edifícios e do trecho do parque a partir do estabelecimento conceitual do tipo de espaços livres que seriam necessários para a vida cotidiana de determinada qualidade a ser desenvolvida na área – ruas e espaços públicos. Os projetos poderão utilizar além da vegetação e da volumetria construída, pisos, gradis, muretas, postes de iluminação, bancos e todos os elementos necessários para a organização e qualificação dos espaços livres.
Tem-se que:
- todos os elementos utilizados devem ser existentes e retirados de situações concretas;
- todos os espaços livres deverão ser projetados, tanto os públicos quanto os privados considerando-se uma topografia plana para a área e a insolação adequada dos espaços e dos elementos edificados;
- os diferentes espaços e percursos devem colaborar na articulação das edificações habitacionais;
- que o trecho do parque, seja estruturado pela vegetação;
- que sejam criados percursos e áreas de estar e estacionamento nos espaços públicos com organização de percursos pelos espaços livres públicos e que se dimensione e caracterize os espaços livres privados, quintais e recantos para o uso cotidiano da população;
- que sejam utilizadas prioritariamente como elemento de projeto a vegetação estudada na etapa anterior; árvores, palmeiras, arbustos e forrações As equipes podem utilizar outras espécies vegetais selecionadas pelos membros das demais equipes, mas tem que necessariamente utilizar todas as espécies escolhidas pelos membros da equipe;
- deve-se limitar à utilização das unidades volumétricas definidas pelo exercício, pois as edificações não são o foco do trabalho e sim os espaços livres entre elas. O número de unidades poderá variar de grupo a grupo podendo estar isoladas, geminadas ou incluídas em pequenos prédios de apartamentos, de não mais de quatro andares;
- que a calçada frontal a gleba seja dimensionada e tratada de modo a permitir a circulação segura e confortável de pedestres.
Material necessário:
- folhas de papel manteiga cortadas em formato A3.
- uma placa de isopor de 100x50cm e 3cm de espessura aproximadamente que o grupo deverá utilizar como base do projeto/maquete.
- modelos representativos, da escala humana, de árvores, de arbustos, de palmeiras e de folhagens.
- modelos simples das unidades residenciais, na forma de pequenos volumes de madeira isopor ou papelão.
Forma de trabalho:
Equipes de cinco alunos. Os alunos deverão desenvolver os trabalhos no ateliê, aproveitando o tempo, a presença de todos os integrantes da equipe e dos professores da melhor forma possível.
Forma de avaliação:
Os trabalhos serão avaliados ao término desta etapa pelo conjunto dos produtos gráficos entregues. As notas considerarão o produto coletivo e a contribuição individual de cada integrante da equipe. Este trabalho tem peso três. Como em quaisquer exercícios desta disciplina a representação dos elementos e dos espaços merecerá atenção especial. Todos os desenhos feitos, mesmo os realizados durante as discussões da equipe, serão avaliados no fim da etapa.
Forma de apresentação:
Os trabalhos deverão ser apresentados a lápis ou caneta hidrocor sobre papel manteiga com todas as pranchas no formato A3. O papel sulfite, A4, só será aceito na representação das espécies vegetais. Todas as folhas deverão ter carimbo com o nome completo de todos os integrantes da equipe e o número USP, o professor orientador, a disciplina e a data. Cada equipe deverá elaborar pelo menos cinco cortes gerais do projeto. Cada membro da equipe deverá assinar um corte.
Entrega: 04 de outubro
03│O projeto da paisagem
Desenvolve o projeto de segmento de bairro residencial, articulando as diversas questões tratadas nos demais exercícios. O trabalho será iniciado pela leitura da organização atual de um local na cidade de São Paulo, indicado pela disciplina. Os grupos interpretarão suas potencialidades, suas relações atuais, sua inserção no contexto urbano, as condicionantes paisagísticas. O trabalho final fará propostas de reorganização através da modelagem do terreno, dos volumes edificados, da vegetação propondo novas formas de uso, valorizando os espaços livres, sua fruição e formas de apropriação, desenvolvendo o projeto dos espaços livres propostos.
Cronograma Preliminar
O cronograma poderá sofrer alterações conforme o andamento e a necessidade da disciplina.
A proposta é que tenhamos aulas breves, com explicações e conteúdos específicos, no início de cada terça-feira, indicadas gradualmente no decorrer da disciplina. Além dessas, haverá algumas aulas de fundamentação para os exercício, aqui relacionadas.
01/ago ter 1 Apresentação da disciplina. Aula expositiva – Paisagismo Brasileiro. Formação das equipes. Apresentação exercício 01 – A vegetação como elemento de qualificação do espaço
02/ago qua 2 Desenvolvimento ex. 01
08/ago ter 3 Aula Expositiva – a vegetação em sua dimensão sensível, da observação estética de suas qualidades.
09/ago qua 4 Desenvolvimento ex. 01 – AULA EXTERNA
15/ago ter 5 Desenvolvimento ex. 01
16/ago qua 6 Desenvolvimento ex. 01 – AULA EXTERNA
22/ago ter 7 Desenvolvimento ex. 01
23/ago qua 8 Desenvolvimento ex. 01
29/ago ter 9 Avaliação exercício 01
30/ago qua 10 SICUSP
05/set 06/set INTERFAU / Semana da Pátria
12/set ter 11 Apresentação exercício 02 – Estruturação e forma dos espaços livres urbanos
13/set qua 12 Desenvolvimento ex. 02
19/set ter 13 Desenvolvimento ex. 02
20/set qua 14 Desenvolvimento ex. 02
26/set ter 15 Desenvolvimento ex. 02
27/set qua 16 Desenvolvimento ex. 02
03/out ter 17 Desenvolvimento ex. 02
04/out qua 18 Avaliação exercício 02
10/out ter 19 Apresentação exercício 03 – O projeto da paisagem
11/out qua 20 Desenvolvimento do ex. 03 – Etapa 1
17/out ter 21 Desenvolvimento ex. 02
Desenvolvimento do ex. 03 – Etapa 1
18/out qua 22 Desenvolvimento do ex. 03 – Etapa 1
24/out ter 23 Desenvolvimento ex. 02. Desenvolvimento do ex. 03 – Etapa 1
25/out qua 24 Desenvolvimento do ex. 03 – Etapa 1
31/out ter 25 Desenvolvimento do ex. 03 – Etapa 1
01/nov qua Finados
07/nov ter 26 Desenvolvimento ex. 02. Desenvolvimento do ex. 03 – Etapa 1
08/nov qua 27 Desenvolvimento do ex. 03 – Etapa 1
14/nov ter 28 Avaliação exercício 03 – Etapa 1: Plano de Massas
15/nov qua República
21/nov ter 29 Aula expositiva: O Projeto da Paisagem. Início exercício 03 – Etapa 2: Projeto de espaços livres
22/nov qua 30 Avaliação da disciplina. Desenvolvimento ex. 03 – Etapa 2
28/nov ter 31 Desenvolvimento ex. 03 – Etapa 2
29/nov qua 32 Desenvolvimento ex. 03 – Etapa 2
05/dez ter 33 Desenvolvimento ex. 03 – Etapa 2
06/dez qua 34 Avaliação e entrega do exercício 03 – as duas etapas
12/dez ter Semana de TFG
Forma de avaliação
Os trabalhos serão avaliados considerando os seguintes pesos:
1-A vegetação como elemento construtivo do espaço……………………………………………………Peso 2
2-Estruturação e forma dos espaços livres urbanos…………………………………………………..Peso 3
3-O projeto da paisagem…………………………..Peso 5
Recuperação:
Caso o aluno tenha média entre 3,00 e 4,90 e frequência superior a 70%, poderá recuperar a nota a partir de exercício que será indicado pelo professor. As normas de recuperação da disciplina serão publicadas juntamente com a lista de avaliação final da mesma.
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